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Uso Eficiente da Água

Uso Eficiente da Água

A Agricultura e o Desenvolvimento Rural continuam a ser vitais para a prossecução dos objetivos relacionados com a segurança alimentar e para o desenvolvimento económico e social sustentável. Nesse sentido, um aumento da produção agrícola deriva mais de uma melhor utilização dos recursos naturais e outros do que de uma extensão da área agrícola, sendo que um tal incremento obriga a maior eficiência na utilização dos recursos, designadamente a água e o solo, protegendo deste modo os ecossistemas rurais.
 

Em Portugal cerca de 75% da água é utilizada na atividade agrícola e pecuária, apesar de apenas cerca de 15,9% da SAU ser irrigável. Contudo, devemos ter em conta que o setor agrícola, para além de consumidor de água tem um papel no ciclo da água, nomeadamente através da alteração do regime fluvial e da recarga dos sistemas aquíferos, e um contributo importantíssimo para os serviços dos ecossistemas.
 

O problema que se coloca não reside na quantidade de água anual média existente, mas na sua desigual distribuição no espaço e no tempo, face às necessidades hídricas das culturas, e a possível degradação da qualidade da água, que poderá condicionar a sua utilização para determinadas produções agrícolas. No futuro próximo a disponibilidade de água será um dos fatores mais limitantes da atividade agrícola, uma vez que as assimetrias poderão ser agravadas, havendo alternância de anos muito secos com anos muito húmidos, obrigando a melhorias na gestão hídrica, no armazenamento de água e na utilização eficiente da água. De facto, o World Resources Institute [1] , numa projeção para 2040, classifica Portugal com risco elevado de stresse hídrico. Como consequência dos impactos das alterações climáticas, nomeadamente os aumentos da temperatura do ar e a redução da precipitação, com variações nos seus padrões de distribuição intra e interanual e da distribuição espacial (evolução negativa que pode chegar a reduções entre os 15 e os 30% a sul do País, de acordo com o Portal do Clima), as necessidades hídricas das culturas irão aumentar, caso se mantenha a ocupação cultural atual e as mesmas práticas agrícolas. 
 

Importa então promover um uso eficiente da água na agricultura para fomentar a segurança alimentar e o desenvolvimento económico e social sustentável, quer nos sistemas em sequeiro, com a escolha das espécies e variedades mais tolerantes ao stresse hídrico, com a aplicação das práticas culturais mais recomendadas, quer nos sistemas em regadio.

O regadio é uma atividade que pode incrementar a produção e a segurança alimentar a par do uso eficiente da água e da energia (Nexo água-energia-alimentação), associando a sua competitividade a níveis de produção sustentável ao equilíbrio agroecológico da região. Sendo o regadio uma condição essencial para a competitividade da agricultura portuguesa é imperativo maximizar a eficiência do uso da água através de: (i) utilização mais racional, envolvendo a melhoria da gestão dos sistemas de captação, armazenamento e distribuição de água e o recurso a métodos e técnicas de rega adequadas à escassez hídrica e às culturas (e.g. reduzindo as perdas de água na parcela, por escorrência e poe evaporação), assegurando os sistemas de produção e os serviços dos ecossistemas; (ii) implementação das abordagens mais inovadoras relacionadas com a agricultura de precisão e com as tecnologias de informação e comunicação (TIC), inseridas na designada “Agricultura 4.0”, sendo essencial a monitorização dos consumos de água, de modo a permitir ganhos significativos na rega e na gestão das infraestruturas de suporte ao regadio. 
A monitorização dos consumos de água é essencial para avaliar o estado atual e os resultados que vão sendo alcançados na utilização de água para rega e, por isso, é uma das variáveis relevantes incluídas no Sistema Nacional de Informação do Regadio (SNIR), que será incluído no portal único.

Para mais informações, consulte a seguinte documentação.

[1] www.wri.org/publication/aqueduct-projected-water-stresscountry Luo, T., R. Young, P. Reig. 2015. “Aqueduct Projected Water Stress Country Rankings.” Technical Note. Washington, D.C.: World Resources Institute

 

Texto atualizado em: 11 January 2022 12:31